2024 - Ano da Oração

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Divulgação

Na preparação do Jubileu 2025, o ano de 2023 foi o ano voltado à redescoberta dos ensinamentos conciliares, contidos principalmente nas quatro Constituições do Vaticano II: Dei Verbum (DV), Sacrosanctum Concilium (SC), Lumen Gentium (LG), Gaudium et Spes (GS). O ano de 2024 é dedicado inteiramente à oração, avançando na preparação para o Jubileu 2025: “Peregrinos de Esperança”.

O primeiro subsídio publicado pela Santa Sé para este ano de 2024 é “Ensina-nos a rezar”. Através da oração poderemos chegar com um coração pronto a acolher os dons de graça e de perdão que o Jubileu oferecerá, como expressão viva da nossa relação com Deus. Mergulhemos, pois, com a oração nesse diálogo contínuo com o Criador, descobrindo a alegria do silêncio, a paz do abandono e a força da intercessão na comunhão entre os santos.

“A oração é a primeira força da esperança. Reza-se e a esperança cresce, aumenta. Diria que a oração abre a porta à esperança. Há esperança, mas com a minha prece abro a porta” (Papa Francisco – Audiência Geral, 20 de maio 2020).

Adoração: A adoração é um ato de humildade e reverência diante da grandeza de Deus. O Papa, nas suas reflexões, muitas vezes nos recorda que na adoração reconhecemos a soberania de Deus e nossa total dependência Dele. Esta forma de oração abre-nos a um sentimento mais profundo de maravilha e admiração diante da onipotência e bondade de Deus, fortalecendo nossa fé e confiança Nele. Distingue-se por ser um ato de reconhecimento da majestade de Deus, não apenas como Criador, mas também como Fonte Viva de amor e misericórdia infinitos. Na adoração, o cristão é chamado a mostrar-se a Deus com um coração puro e humilde, reconhecendo as suas próprias limitações diante da imensidão divina. Este tipo de oração não requer pedidos ou súplicas, mas é uma expressão pura da alma que se volta para Deus em gratidão e reverência, como antes do Mistério Incriado.

Louvor e Ação de Graças: A oração de louvor e ação de graças é uma expressão de alegria e gratidão a Deus pelos seus inúmeros dons e bênçãos. No louvor, celebramos a grandeza, a beleza e a bondade de Deus, reconhecendo a Sua Presença viva e vivificante na nossa vida e no mundo ao nosso redor. Na ação de graças, respondemos com gratidão às obras de Deus, das mais pequenas às maiores, sabendo que todo o bem que recebemos é sinal da Sua infinita misericórdia e do Seu amor. Esta forma de oração ajuda-nos a cultivar uma atitude de reconhecimento, capaz de moldar o nosso olhar para os irmãos como sinal e testemunho da caridade com que Deus nos ama.

Intercessão: A oração de intercessão é a oração que melhor exprime a Comunhão dos Santos: permite-nos rezar pelas necessidades dos outros, mostrando solidariedade, compreensão e compaixão. É bom enfatizar a importância desta forma de oração como ato de amor e solidariedade cristã, que nos une aos outros e nos faz participar nos seus sofrimentos e nas suas esperanças. A oração de intercessão é um poderoso instrumento de comunhão, através do qual podemos levar diante de Deus as necessidades do mundo e as necessidades dos nossos irmãos e irmãs. Desta forma, a oração de intercessão torna-se uma ponte que liga os fiéis e as suas intenções, transcendendo as fronteiras do espaço e do tempo, para partilhar as alegrias e os sofrimentos uns dos outros diante de Deus. No contexto do Jubileu, a graça da indulgência plenária que pode ser aplicada a um fiel defunto é uma expressão da oração de intercessão que nos une ainda a todos os nossos entes queridos que partiram, com os quais um dia poderemos gozar dos bens celestes.

Súplica: A oração de súplica reflete a nossa vulnerabilidade humana e a nossa necessidade de ajuda: com este tipo de oração, apresentamos a Deus as nossas necessidades pessoais, os nossos desejos mais profundos e as nossas preocupações mais urgentes. Somos encorajados a apresentar os nossos pedidos a Deus com confiança e perseverança, lembrando-nos que Ele está sempre pronto a ouvir os nossos corações: “pede-nos constância, pede-nos que sejamos determinados, sem vergonha. Por quê? Porque eu estou batendo na porta do meu amigo. Deus é amigo, e com um amigo eu posso fazer isso. Uma oração constante, intrusiva” (Papa Francisco – Meditação matinal na Capela da Domus Sanctae Marthae, 11 de outubro de 2018). A súplica, portanto, torna-se um momento de íntima comunhão com Deus, onde a nossa vulnerabilidade se encontra com a Sua infinita misericórdia e amor: através dela, aprendemos a confiar mais profundamente em Deus, confiando-Lhe toda a nossa vida, as nossas preocupações, as nossas esperanças e os nossos desejos (Cf. Ensina-nos a rezar, p. 18 e 19).