História da Teologia Sacramental

O que se pode chamar de doutrina católica dos sacramentos, passou por uma evolução. A prática dos sacramentos pertence à realização da Igreja desde seu início. Na patrística fala-se sobre o batismo, eucaristia, etc. Mas não se conhece uma doutrina geral dos sacramentos. O número sete dos sacramentos como conhecemos hoje, foi definido pela Igreja no Sínodo de Lion em 1274 e Concílio de Florença em 1439. Eles formam uma unidade orgânica, cujo o centro é o batismo e a eucaristia. O Concílio de Trento afirma que os sete sacramentos foram instituídos por Cristo, que ele próprio confere sua eficácia e assume a totalidade dos sete sacramentos. O Concílio Vaticano II (1962-1965) acolheu e confirmou os dados da Sacramentologia, assim, a Igreja é dita “sacramento”, isto é, sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade de todo o gênero humano.

Segundo o Concílio Vaticano II, os sacramentos destinam-se à santificação dos homens, à edificação do Corpo de Cristo e ainda ao culto a ser prestado a Deus. Sendo Sinais, destinam-se também à instrução e por alimentar e fortalecer e exprimir a fé são chamados sacramentos de fé. Os sacramentos são sinais eficazes da graça, instituídos por Jesus e confiados à Igreja, por meio dos quais nos é dispensada a vida divina, realizam as graças próprias de cada um, produzindo frutos naqueles que os recebem com as disposições exigidas.

A Igreja celebra os sacramentos como comunidade sacerdotal estruturada pelo sacerdócio batismal e ministros ordenados. O Espírito Santo prepara para a recepção dos sacramentos por meio da palavra de Deus e da fé que acolhe a Palavra nos corações bem dispostos. O fruto da vida sacramental é simultaneamente pessoal e eclesial: por um lado é para cada fiel uma vida para Deus em Cristo; e por outro lado, é para a Igreja crescimento na caridade e em sua missão de testemunho.

As ações litúrgicas não são ações privadas, mas celebrações da Igreja, que é “sacramento de unidade”, povo santo reunido e ordenado sob a direção dos bispos. Estas celebrações pertencem a todo o corpo da Igreja, manifestam-no e implicam-no; mas atingem a cada um dos membros de modo diferente, conforme a diversidade de ordens, ofícios e da atual participação. Assim, cada qual exercendo a sua função, fazendo aquilo que lhe é dever, na celebração a assembleia inteira é “liturgo”.

Uma celebração sacramental é tecida de sinais e de símbolos. O significado dos sinais e símbolos deita raízes na obra da criação e na cultura humana, adquire precisão nos eventos da antiga aliança e revela plenamente na pessoa e na obra de Cristo. Quem celebra é a comunidade dos batizados, que pela regeneração e unção do Espirito Santo, são consagrados para ser uma casa espiritual e um sacerdócio santo, para oferecerem, mediante todas as obras do cristão, sacrifícios espirituais. Este sacerdócio comum, é o de Cristo, único Sacerdote, participado por todos os seus membros.

Pe. Sidnei Rodrigues Ribeiro

Revisão: Pe. Wilson Cardoso de Sá

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