O presbitério é o lugar para o sacerdote obter os meios para sua santificação e formação

Já é a oitavo ano que nos reunimos, bispo, padres, diáconos, religiosos/as, seminaristas e povo de Deus, representante das demais paróquias, para vivermos este momento de graça. É uma graça verdadeira ver todos os padres reunidos numa única e marcante celebração que os vê, como única família reunida com seu bispo para renovar as promessas sacerdotais que há mais ou menos anos prometemos no dia da nossa ordenação sacerdotal. Para alguns esse ano é motivo de celebrar solenemente: o padre Ricardo festeja os 40 anos de sacerdote daqui há poucos dias; o padre José Donizete os 30 anos; eu os 25, mas temos alguns padres, mais maduros que já superaram os 50 anos: o padre João Evangelista e pe. Odorico. Para eles e para todos os padres vai o nosso parabéns!

E com nossa alegria e nosso entusiasmo de celebrar esse dia a eles dedicado, quero expressar meu agradecimento particular e verdadeiro pelo que representam para mim, para o nosso povo e para aquilo que eles desenvolvem dentro da nossa amada diocese de Naviraí.    34 padres são uma força grande e valiosa. Os agradecemos, primeiramente,  para terem desistido, anos trás, de viver uma outra vida, renunciando com certeza a outros sonhos que todos os jovens tem, e aderirem a essa vocação corajosa e generosa de serviço. Em vez de uma família biológica, a comunidade cristã é a nova família deles. Em vez de uma casa que a ambição humana sonharia, a casa que a paróquia oferece é a moradia deles. Em vez um trabalho no banco, no escritório ou numa firma, aceitaram o compromisso de se por a serviço sem tem horário fixo nem para começar e nem para terminar.

Meus agradecimento, mas também o agradecimento de todos nós, e a nome de todos os que são atendidos por vocês na Eucaristia que celebram, no tempo de confissão que oferecem, nos demais sacramentos que administram, nas pastorais e movimentos que acompanham. Obrigado por serem aqueles “pastores que tem cheiro de ovelhas“, nessa Igreja que se parece como um “hospital de campo“, usando as palavras do papa Francisco, sempre atentos a todo e qualquer imprevisto que cotidianamente pode acontecer.

Para nós, padres, essa é uma boa oportunidade para repercorrer o caminho da nossa vida vocacional, espiritual e sacerdotal, lembrando e retomando as emoções antigas  da nossa entrada no seminário, da nossa primeira missa como celebrante principal quando, pela primeira vez,  pela imposição das nossas mãos, aquele pão e aquele vinho se tornaram Corpo e Sangue de Cristo. Quando pela primeira vez atendemos um penitente dizendo, quase com tremor: “eu te absolvo dos teus pecados“, ou quando pela primeira vez ungimos um doente.  Qual grande responsabilidade Cristo colocou em nossas mãos e em nosso coração.

As promessas sacerdotais que renovaremos daqui ha pouco nos ajudem a lembrar esses momentos e a viverem todos esses mistérios como se os estivéssemos vivendo pela primeira vez.  Mais ainda: com a renovação das promessas possamos reviver aquelas emoções, e que por nosso meio e pela bondade de Deus se tornaram amor por aquilo que somos e representamos.  Façamos sempre com amor e por amor.

Recomendo um ponto importante, usando as palavras do papa São João Paulo II°: “O presbitério é o lugar para o sacerdote obter os meios para sua santificação e formação. Ajudando e sendo ajudado a superar as limitações e as fraquezas próprias da natureza humana”. Para isso “ fará todos os esforços para evitar viver seu sacerdócio de um modo isolado e subjetivista.  A comunhão fraterna – de sacerdote a sacerdote – o calor da amizade, da assistência cordial, do acolhimento e da correção fraterna revelam a comunhão dos presbíteros entre si e com seu bispo”. (Pastores dabo vobis – São João Paulo II). Sejamos sempre uma verdadeira família.

Daqui há pouco abençoaremos os santos óleos dos catecúmenos e dos enfermos e consagraremos o óleo do Crisma.

Óleo dos Catecúmenos: Catecúmenos são os que se preparam para receber o Batismo, sejam adultos ou crianças. Este óleo significa a libertação do mal, a força de Deus que penetra no catecúmeno. O liberta e prepara para o nascimento pela água e pelo Espírito.

Óleo dos Enfermos:  É usado no sacramento dos enfermos. Este óleo significa a força do Espírito de Deus para a provação na doença, para o fortalecimento da pessoa para enfrentar a dor. Esse óleo é, também, a garantia da salvação, e acompanha na fase terminal da nossa vida até a pátria eterna.

Óleo do Crisma: Uma mistura de óleo e bálsamo, significando plenitude do Espírito Santo, revelando que o cristão deve irradiar “o bom perfume de Cristo”. É usado no sacramento da Confirmação (Crisma) quando o cristão é confirmado na graça e no dom do Espírito Santo, para viver como adulto na fé. Este óleo é usado também na ordenação dos sacerdotes, ungindo-lhes as mãos.

Para nós todos, essa celebração antecipa os dias do Tríduo Pascal: a Missa solene de Quinta Feira, a Paixão de Cristo, a Solenidade da missa de sábado de Aleluia, e o domingo de Páscoa.  Se trata das maiores solenidades cristãos. Não deixemo-nos atrair somente da ideia de um feriado prolongado, ou de mais uma ocasião para fazer festa. Isso acontecerá, mas para um bom cristã a participação ativa em todos os momentos é fundamental. Só assim poderemos percorrer junto com Cristo os acontecimentos da nossa salvação que ele vem renovar mais uma vez, doando sua vida.

Para os que vieram de fora, os  agradeço muito pelo esforço: conheço as distâncias.  Para os de Naviraí digo que nos encontraremos nos demais momentos celebrativos.

Para todos, desde já, Feliz Páscoa, de coração.

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