Palavra do Pastor

O Catecismo da Igreja católica ensina que pelo Sangue de Cristo a Igreja
pode perdoar qualquer pecado: “Não
há pecado algum, por mais grave que
seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. Não existe ninguém, por mais culpado que seja, que não deva esperar
com segurança o seu perdão, desde que
seu arrependimento seja sincero. Cristo,
que morreu por todos os homens, quer
que, em sua Igreja, as portas do perdão
estejam sempre abertas a todo aquele
que recua do pecado” (cf. n. 982).
São Paulo é considerado o verdadeiro Doutor do Precioso Sangue, mas
esta devoção tomou sua forma moderna com Santa Catarina de Sena (1347-
1380), a profetisa do Precioso Sangue,
com San Gaspar del Bufalo (1786-1837),
mas também com vários outros santos
que a Igreja venera. Santa Catarina de
Sena foi justamente chamada de “Mística do Sangue” porque o Precioso Sangue de Jesus estava constantemente
em seus pensamentos. Suas numerosas
cartas começam todas em nome do Precioso Sangue de Cristo. Ela dizia ao seu
confessor: “Tenha sempre o Sangue de
Jesus diante dos olhos”. Nos Diálogos,
ele escreveu: “Aquele Sangue é o único
professor. O Sangue de Jesus nos criou
de novo”.
Devido a tanta importância
e devoção papa Bento XIV fez compor
a missa e o ofício em honra do Sangue
adorável do divino Salvador, e com Pio
IX a festa litúrgica foi estendida à Igreja
universal. A fim de favorecer o culto ao
Precioso Sangue de Jesus foram aprovadas as ladainhas promulgadas pelo
Papa João XXIII no dia 24 de fevereiro
de 1960, incentivando a sua oração em
todo o mundo católico, quer em particular quer em público, com a concessão, inclusive, de indulgências especiais.
Essa devoção requer, antes de tudo,
um ato de fé na encarnação, e sobretudo à paixão de Cristo. Tudo tem sentido
a partir da Vida Dele doada.
A Carta aos Hebreus ilumina
este mistério situando-o no desígnio de
Deus de oferecer o Sangue do Seu Filho
para a remisão dos pecados da humanidade. Olhando para Cristo crucificado,
ferido e ensanguentado, contemplamos aquele amor de que Cristo disse:
“Ninguém tem maior amor do que este:
dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13). E
o amor pede amor, como sublinhou São
Gaspar. É esse amor que nos doou tantos mártires e pessoas ainda dispostas a
sacrificar suas vidas para defender a fé,
mesmo que a mídia não mostre isso.
Cristo sofreu pelo homem, mas
continua a sofrer no homem. É a mensagem forte que nos da o Evangelho quando nos prevê que seremos julgados pelo
amor quando nos será perguntado se
teremos servido e socorrido os que têm
fome ou sede, os que estão nus, doentes ou presos (cf. Mt 25,31-46).
Mais do que nunca esse aspecto é presente nesse tempo de pandemia onde vemos continuamente os
atos generosos de médicos, infermeiros e pessoal da saúde que não medem
esforços para salvar vidas, assim como
tantas pessoas solidárias para com os
mais necessitados, oferecendo alimentos, roupas e atenção. Isso nos deixa
muito felizes vendo nossa Igreja como
uma família unida e que se esforça para
imitar Jesus que soube se despojar de
tudo oferecendo até o seu sangue: seu
Preciosissimo Sangue.
Aproveito essa oportunidade e
dessas minhas palavras para agradecer
a todos os que mostraram atenção ou se
fizeram presentes nos festejos dos nossos 10 ano de vida da Diocese. Só permenecemos nas celebrações Eucaristicas, mas são elas que nos caracterizam
como povo cristão que louva e agradece
a Deus pelos muitos benefícios doados
e permitidos nessa decada passada, e
pedimos juntos muita serenidade e paz
para a nova decada que iniciamos.

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