Um mês de agradecimentos, preocupações e de confiança no Senhor

Meus queridos diocesanos, acabo de voltar da Itália, onde, em poucos dias, vivi vários e diferentes momentos, entre os quais, uma festa de casamento e um novo luto em família. A vida nos reserva de tudo e mais um pouco. Não faltou a minha viagem para Roma onde, mais uma vez, pude estar presente à udiência com o nosso Papa Francisco. Depois da leitura do Evangelho do “filho prodigo”, ou “Pai misericordioso” (Lc 15, 11-32), trecho traduzido e proclamado em vários idiomas, de forma sintética o Papa Francisco sublinhou as atitudes diferentes dos dois irmãos do Evangelho, mas sobretudo indicou a atitude do pai misericordioso que esperou os dois filhos da mesma forma, na porta, e que, independentemente da vida e dos erros de cada um, não se importou de os chamar de filhos e os acolher em seus braços. Essa, sublinhava o Papa, é a atitude de Deus para com cada homem que se considera filho e se deixa abraçar e perdoar. É o convite que Deus, pelas palavras do Evangelho, nos dirige continuamente e de forma mais marcante nesse ano da misericórdia. De forma inesperada o Papa concluía indicando, mais uma vez, o filho mais velho que se incomodou e não quis aceitar a festa para e com seu irmão: atitude do homem que não quer se converter e continua caminhando no erro e na sua pura convicção humana. Bem sabemos que esses filhos proclamados no Evangelho somos nós; podemos ser um ou o outro, ou talvez tenha em nós parte de um a parte do outro. O que nos alegra é saber que, independentemente do nosso ser, o nosso Deus não muda. Paciente espera sempre de braços abertos. Obrigado, Deus; tu és nossa força, nossa, nossa esperança e nossa salvação.

Mesmo de longe acompanhei os fatos e eventos que o nosso país está vivendo: a situação política que nos deixa preocupados, aguardando as decisões que os tribunais maiores irão decidir. Como católicos não podemos ficar indiferentes ao momento atual, bem como o momento importante que iremos viver daqui há alguns meses, com a escolha dos nossos prefeitos municipais. Fiquemos de olhos atentos e expertos para que, não políticos com falsas promessas, mas pessoas de confiança, nos administrem e nos representem como governantes do nosso pais e das nossas cidades. A crise financeira não passa sem deixar alguns rastros. Experiências de outros países nos deixam desorientados; será um pequena crise de passagem, ou inicio de uma situação longa e dolorida? Chegará a abalar nossa economia familiar e do país? Ainda, a preocupação com os vírus zica e gripe suína, que causaram até mortes na região, nos indicam nossa fragilidade e quase incapacidade de qualquer coisa. Tudo é sempre motivo de preocupação e angústia.

Junto com vocês rezo e peço a Deus para que nunca tire seu olhar benigno e bondoso de nós, seus filhos, que tanto precisamos de sua proteção. Nos ajuda nesse momento o Salmo 140:

“Tu és o meu Deus. Ó SENHOR, escuta o meu pedido de ajuda! Ó SENHOR, meu Deus e meu Salvador, tu me protegeste na batalha. Não dês aos maus o que eles querem, ó SENHOR! Não deixes que os seus planos perversos se realizem. Ó SENHOR Deus, eu sei que tu defendes o direito dos pobres e a causa dos necessitados. Os que te obedecem certamente te louvarão e os que são corretos viverão na tua presença”.

Com esse resumo do Salmo 140 não poderia concluir minhas palavras sem vos lembrar meu carinho e a promessa da minha oração para que sejamos sempre mais unidos na mesma fé. Um pensamento particular vai a todos os que sofrem, seja qual for o motivo de seu sofrimento.

Vos enviando a minha benção.

leia também